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segunda-feira, janeiro 02, 2012

Joan Fontaine



Joan Fontaine, nome artístico de Joan de Beauvoir de Havilland (Tóquio, 22 de outubro de 1917), é uma premiada atriz anglo - americana nascida no Japão. É a única atriz que conseguiu levar um Oscar (o de melhor atriz principal) pela performance num filme do diretor Alfred Hitchcock, o chamado mestre do suspense, que a dirigiu em Rebecca, a mulher inesquecível (no original, "Rebecca", de 1940) e Suspeita ("Suspicion", 1941), tendo sido este último o que lhe rendeu o prêmio.

Filha caçula da também atriz Lillian Fontaine, ela é a irmã mais nova da bicampeã de prêmios Oscar e Globo de Ouro Olivia de Havilland e, ao lado de sua irmã, é uma das poucas estrelas de Hollywood dos anos 30 que ainda estão vivas.


Batizada como Joan de Beauvoir de Havilland, é a filha mais nova de Walter Augustus de Havilland (1872 - 1968), e de Lilian Augusta Ruse (1886 - 1975). Seu pai era um advogado de patentes inglês que trabalhava no Japão, e sua mãe era uma atriz, também de nacionalidade inglesa, que atuava no teatro. Seus pais se casaram em 1914 e se divorciaram em 1919. Sua irmã mais velha é a também famosa atriz Olivia de Havilland (1916), uma das estrelas do filme E o vento levou (1939). Seu primo paterno é Sir Geoffrey de Havilland (1882 - 1965), pioneiro da aviação britânica e projetista do famoso avião De Havilland Mosquito.

Quando bebê, Joan sofreu de uma anemia, e, por indicação médica, a família mudou-se para os Estados Unidos. Eles estabeleceram-se na cidade de Saratoga, estado da Califórnia. A saúde de Joan melhorou logo depois que a família emigrou. O pai voltou passado algum tempo para o Japão, e o casamento foi dissolvendo-se aos poucos.

Embora tivesse deixado a profissão de atriz para se dedicar a educação das crianças, sua mãe ainda assim não deixou de valorizar as artes, pois sempre lia Shakespeare para as filhas, lhes ensinava dicção e impostação de voz. Em 1925 as meninas "ganharam" um padrasto, pois a mãe casou-se novamente, desta vez com George M. Fontaine, dono de uma loja de departamentos. Foi do sobrenome dele que anos mais tarde Joan "se apossaria" para usar no nome artístico.

Joan e Olivia estudaram na Los Gatos High School e na Notre Dame Convent Roman Catholic Girls School em Belmont, Califórnia.

Aos 15 anos, ela voltou ao Japão onde viveu com seu pai durante dois anos.[1] Quando voltou aos Estado Unidos, seguiu os passos de sua irmã e começou a aparecer em filmes.


Ao voltar para os Estados Unidos em setembro de 1934, foi apresentada à atriz May Robson, iniciando a seguir sua carreira com a peça "Kind Lady" e, logo depois, com sua participação em "Call it a Day". Foi durante uma das apresentações dessa peça no Duffy Theatre, em Hollywood, que ela foi vista pelo produtor Jesse Lasky, resultando num contrato para filmes com a RKO. Sua estreia no cinema deu-se em 1935, com uma pequena participação no filme "No More Ladies", estrelado por Joan Crawford. Mais tarde ela apareceria na Broadway em "Forty Carats".

Também foi selecionada para aparecer no primeiro filme de Fred Astaire sem Ginger Rogers pela RKO: Senhora em desgraça ("A Damsel in Distress", 1937), mas o filme foi um fracasso.

Continuou aparecendo em pequenos papéis numa dúzia de filmes, mas não conseguiu deixar uma forte impressão, e seu contrato não foi renovado quando terminou, em 1939.

[editar] AscensãoSua sorte mudou na noite de uma festa na casa de Charlie Chaplin, onde jantava sentada ao lado do produtor David O. Selznick. Ela e Selznick começaram a discutir sobre a novela de Daphne du Maurier Rebecca, e Selzinick a convidou para fazer um teste para a versão cinematográfica do romance, que no Brasil recebeu o título de Rebecca, a mulher inesquecível. O filme marcou a estréia americana do diretor inglês Alfred Hitchcock. Ela enfrentou uma cansativa série de testes para o filme durante 6 meses, junto a centenas de outras atrizes, entre elas Vivien Leigh e Anne Baxter, antes de finalmente ser escolhida para o papel. Em 1940, o filme foi lançado com críticas brilhantes, e, por sua performance, Fontaine foi indicada ao Oscar de melhor atriz, embora não tenha vencido (Ginger Rogers que levou o prêmio naquele ano pela atuação no filme Kitty Foyle).


com Judith Anderson numa cena do filme Rebecca, a mulher inesquecível ("Rebecca", 1940).Depois de "Rebecca", Joan Fontaine voltou a ser dirigida por Hitchcock no filme Suspeita ("Suspicion", 1941). Ela tornou-se, junto com Madeleine Carroll, Ingrid Bergman, Grace Kelly, Vera Miles e Tippi Hedren, uma destas únicas que estrelaram mais de um filme do diretor. Pelo desempenho em Suspeita, Fontaine foi novamente indicada para o Oscar de melhor atriz, concorrendo com outras atrizes como Bette Davis, e sua irmã Olivia de Havilland, que foi indicada pela atuação em A porta de ouro ("Hold Back the Dawn", 1941) e era a "preferida" dos jurados da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas; só que, na última hora, eles se convenceram de que seria Fontaine quem deveria levar a estatueta. O crítico brasileiro de cinema Rubens Ewald Filho explicou recentemente: "Joan Fontaine foi premiada com o Oscar por sua atuação em Suspeita, mas foi uma espécie de 'prêmio de consolação' por ela não ter levado a estatueta pelo papel em Rebecca, também do mesmo Alfred Hitchcock, que a tinha transformado em estrela. [...] Mas ela realmente funciona em papéis de vítima, como a mulher apaixonada, frágil e desorientada que não sabe como lidar com a suspeita de que o marido (Cary Grant) seja um assassino [...]".[2]

Olivia de Havilland não escondeu sua decepção em relação à perda. A vitória de Joan Fontaine deixou surpresos muitos que esperavam que a grande vencedora fosse De Havilland, e até mesmo a própria Fontaine confessou que não esperava que acabasse se saindo a vencedora. Dessa forma, a atriz tornou-se o único intérprete a ganhar um Oscar de atuação por um filme dirigido por Alfred Hitchcock. Em 1961, Janet Leigh, num filme de Hitchcock, seria indicada ao Oscar de melhor atriz (coadjuvante/secundária) pela atuação no filme Psicose ("Psycho", 1960), o famoso filme de suspense com a cena da moça esfaqueada durante o banho de chuveiro, mas não ganharia.

Ela continuou a fazer sucesso ao longo da década de 40, destacando-se mais em filmes românticos. Entre seus trabalhos memoráveis durante este tempo também estão De amor também se morre ("The Constant Nymph", 1943, pelo qual recebeu sua terceira e última indicação ao Oscar), Jane Eyre (Idem, 1944), Ivy, a história de uma mulher ("Ivy", 1947), e Carta de uma desconhecida ("Letter from an Unknown Woman", 1948).

No cinema, a atriz contracenou com sua mãe, Lillian Fontaine, em duas ocasiões: em 1947, no filme Ivy, a história de uma mulher, e em 1953, em "The Bigamist" (intitulado O bígamo, no Brasil).


Após 1950
Ivanhoé, o vingador do rei ("Ivanhoe", 1952).Em meados dos anos 50, quando seu sucesso no cinema diminuiu um pouco, ela passou a dar mais vez ao teatro e também se voltou para a televisão, onde participou de inúmeros episódios de séries de sucesso. Em 1954, atuou na Broadway, ao lado de Anthony Perkins, na peça Chá e Simpatia, que foi um sucesso e lhe rendeu vários elogios.

Em 1956, ela apareceu com Eduard Franz na antológica série da NBC "The Joseph Cotten Show". Ela apareceu como ela mesma, em 1957, no sitcom da CBS "Mr. Adams and Eve", estrelado por Howard Duff e Ida Lupino.

Nos anos 60, continuou a fazer sucesso na Broadway com diversas peças, entre as quais "Dial M for Murder", "Private Lives", "Cactus Flower" e uma produção austríaca de "The Lion in Winter". Nessa mesma década, começou a investir em frutas cítricas, fazendas de gado, petróleo e imóveis. Ela se tornou presidente da Oakhurst Enterprises, uma Corporação da California formada para gerir suas diversas empresas. Tirou brevê de piloto, foi campeã de balonismo, fez decoração de interiores como profissional, ganhou prêmio em torneio de pesca e ainda ganhou um título de Cordon Bleu em culinária.

Fontaine fez uma participação na ABC no sitcom "The Bing Crosby Show", na temporada 1964 - 1965. Seu último trabalho no cinema foi no filme Bruxa - A face do demônio ("The Witches", 1966), que também co-produziu. Ela passou a aparecer na TV durante as décadas de 1970 e 1980, e foi nomeada para um Emmy pela atuação na série "Ryan's Hope", em 1980.


Casamentos e filhosJoan Fontaine casou-se e divorciou-se 4 vezes,[3] com:

Brian Aherne (1939 - 1945), ator britânico;
William Dozier (1946 - 1951), ator e produtor de televisão, com quem teve 1 filha;
Collier Young (1952 - 1961), produtor cinematográfico, ex-marido de Ida Lupino;
Alfred Wright, Jr. (1964 - 1969), editor de uma revista.
Da união com William Dozier nasceu sua filha, Deborah 'Debbie' Leslie Dozier (nascida em 1948). Fontaine também adotou uma garota peruana que havia fugido de casa, Martita.

[editar] Joan Fontaine hojeAtualmente, com mais de 90 anos de idade, Joan Fontaine reside em Carmel, na California, e sempre é vista no jardim de sua residência a cuidar de seus cães, desfrutando de sua aposentadoria.
(Atriz em Ivanhoé)
1940 Oscar Melhor atriz Rebecca, a mulher inesquecível
1941 Oscar Melhor atriz Suspeita
Vencedora NYFCC Award Melhor atriz
1943 Oscar Melhor atriz De amor também se morre
1947 Golden Apple Award Most Cooperative Actress

2 comentários:

disse...

Gosto bastante de Joan. Parece que talento e longevidade, neste caso, são coisas de família!

Jefferson C. Vendrame disse...

Parabéns pela ótima homenagem a atriz. Joan assim como sua irmã Olivia continuam vivas e bem vivas, coincidência ou não o fato delas terem nascido no país considerado o que tem a maior expectativa de vida do mundo.?

Abração